terça-feira, abril 26, 2011

PONTO DE VIRAGEM

Na Química e Física, temos várias referências, por exemplo, o zero absoluto!
"Zero", é um conceito interessante, mas o zero absoluto é ainda mais interessante!!!!


Proponho-me voltar a este assunto, mas, neste momento de viragem da minha vida, contento-me em referi-los...

Estou viva e num "zero" conceptual em relação a este blog.

segunda-feira, novembro 09, 2009

XVII ENCONTROS FILOSÓFICOS

O Projecto Educativo da Escola Secundária Manuel de Arriaga tem como missão, para o próximo triénio, “assegurar um ensino de qualidade, desenvolvendo uma atitude crítica, consciente e participativa.” (Projecto Educativo de Escola, 2007).

“A missão deve servir de base ao estabelecimento dos objectivos estratégicos que permitam circunscrever as prioridades do programa de acção, tornando-o mais realista. Assim, a prioridade máxima é atribuída à área que mais directamente afecta o sucesso dos alunos, Ensino e Aprendizagem, e os objectivos definidos dizem respeito ao planeamento, implementação e avaliação do processo educativo, com especial atenção para o desenvolvimento das competências básicas.

Para que a missão possa ser levada a cabo e para que os objectivos sejam cumpridos é necessário que haja uma visão conjunta do que queremos da nossa comunidade escolar. Assim, queremos uma escola…

· De qualidade, que produza aprendizagens significativas que permitam a continuação de estudos ou o ingresso na vida activa;

· que desenvolva as capacidades de aprender a aprender e de aprender a ser;

· aberta às dinâmicas de mudança, que incentive e dinamize mecanismos que visem a inovação de práticas pedagógicas e uma maior motivação para o sucesso educativo dos alunos;

· em que o profissionalismo, a autonomia, a responsabilidade, a tolerância, a solidariedade, o voluntariado, a cidadania pró-activa, a auto-estima e a sensibilidade ambiental sejam valores que contribuam significativamente para a formação ética e social dos alunos;

· inclusiva, que respeite as diferenças e a multiculturalidade.” (Projecto Educativo de Escola, 2007)

Os Encontros Filosóficos, sendo um projecto que visa promover dinâmicas de trabalho de reflexão e debate sobre diversos temas da actualidade, com significado para a Escola e para a Comunidade, mas também proporcionar aprofundamento de informação relativamente a esses temas, este ano, adoptaram como temática “Inovação em Educação” no sentido que contribuir de forma mais clara e efectiva para a missão do Projecto Educativo de Escola que se encontra no último ano de execução. Para além de este, ser um ano de balanço em termos de implementação do Projecto Educativo, é também um ano em que se pensará e conceberá o próximo Projecto Educativo de Escola sendo de extrema importância, nesta fase, a reflexão, ao nível da Escola e toda a Comunidade, sobre a consecução dos objectivos estratégicos definidos no último triénio e a missão para o próximo. Por outro lado, o Sistema Educativo Regional encontra-se numa fase de regionalização do currículo e de Dinâmicas de elaboração de novos/inovadores recursos pedagógicos, sendo esta mais uma razão para a problematização da temática escolhida.

Assim, e numa perspectiva de enriquecer o debate e estimular práticas “inovadoras”, propomos para este ano, uma abordagem centrada na apresentação discutida de “Boas” e “Inovadoras” práticas em Educação. Pretendemos trazer para a participação neste projecto, pessoas e/ou instituições que partilhem e estimulem atitudes mobilizadoras da “Inovação em Educação”.

A nossa sociedade exige, cada vez mais, respostas inovadoras aos diferentes e complexos problemas que, de uma forma imprevisível, se colocam a cada instante. Particularmente nos nossos dias em que a Humanidade tem de se confrontar com problemas tão diferentes e complexos. A inovação é, pois, uma das exigências prioritárias do presente se atendermos à necessária participação do Homem na construção das sociedades contemporâneas. A sua pertinência e necessidade são, hoje, largamente aceites.

No entanto, o termo inovação nem sempre é utilizado na sua acepção mais correcta. Ele é frequentemente utilizado como sinónimo de mudança, ou de renovação ou de reforma, sem contudo se tratarem de realidades idênticas (Cardoso, 1992).

Segundo Cardoso (1992), inovação não é uma mudança qualquer. Ela tem um carácter intencional, afastando do seu campo as mudanças produzidas pela evolução "natural" do sistema. A inovação é, pois, uma mudança deliberada e conscientemente assumida, visando uma melhoria da acção educativa. A inovação pedagógica traz algo de "novo", ou seja, algo ainda não estreado; é uma mudança, mas intencional e bem evidente; exige um esforço deliberado e conscientemente assumido; requer uma acção persistente; tenciona melhorar a prática educativa; o seu processo deve poder ser avaliado; e para se poder constituir e desenvolver, requer componentes integrados de pensamento e de acção (Cardoso, 1992).

Apesar da consciência que, de uma forma geral, todos parecem ter da inovação como uma das exigências prioritárias, é surpreendente constatar a lenta transformação dos sistemas educativos. Em pleno século XXI, as escolas persistem em continuar enquadradas por um modelo escolar tradicional que teve a sua razão de ser há alguns séculos atrás, que se adapta mais a um mundo estático do que a um mundo em mudança.

Um pouco por todo o mundo a educação continua a desenvolver-se num estilo defensivo e não com um estilo agressivo necessário para fazer frente aos diferentes e complexos problemas que desafiam o nosso tempo. Apesar das inúmeras e diferentes tentativas para remodelar o ensino desencadeadas em diversos países, as escolas e o modelo escolar tradicional têm persistido. No nosso país, em particular na última década, têm-se desenvolvido numerosos esforços tendentes à implementação de experiências inovadoras, nomeadamente no âmbito da última reforma curricular. Embora a reforma fosse guiada por uma ideia tão clara e tão simples como a da centralização do currículo na aprendizagem e no aluno, a concretização não foi assim tão perfeita, não foi feita em termos de aprendizagem ou da formação dos professores como facilitadores da aprendizagem. Tudo se centrou no ensino enquanto actividade do professor (Abrantes, 1996, p.15).

Uma conclusão importante a reter é, pois, a de que a legitimação política ou a racionalidade científica dos projectos inovadores não constituem garantia de êxito da sua implementação. A inovação tem revelado tanto de aliciante quanto de problemático e de complexo!

Uma das principais razões justificativas destes resultados insuficientes prende-se com a complexidade do fenómeno da inovação aliado à ausência de uma perspectiva teórica alargada e, em particular, ao pouco conhecimento das variáveis pessoais e organizacionais que interactuam no complexo processo inovador.

“Com efeito, muito se tem discutido e escrito acerca da inovação e dos modelos de implementação de inovações, mas pouco se tem adiantado em relação à natureza propriamente dita da inovação e também sobre as variáveis e os mecanismos essenciais reguladores desta.

- Que variáveis organizacionais serão realmente importantes na inovação, nomeadamente na criação de um clima encorajador que favoreça a iniciativa pessoal ou grupal?

- Que variáveis pessoais do professor poderão estar implicadas numa maior receptividade à inovação, em educação?

- Que importância terão as variáveis demográficas (sexo, idade, experiência profissional ...) no contexto da implementação de inovações?

- Que variáveis de personalidade poderão estar implicadas numa maior ou menor predisposição à inovação e qual a sua importância relativa?

- Como interagem estas diferentes variáveis organizacionais e pessoais no processo inovador?” (Cardoso,1997)

Ao apresentarmos estas questões levantadas por Cardoso (1997), pretendemos, por um lado, realçar a complexidade inerente ao processo inovador e, por outro lado, perspectivar/compreender a inovação pedagógica de uma forma abrangente. Os horizontes da investigação neste campo são vastos e diversificados. Ainda há muito para reflectir e investigar, seja em termos teóricos seja em termos práticos. Torna-se, pois, urgente prosseguir esforços neste sentido.

quarta-feira, novembro 04, 2009

Relatório/Balanço da Acção de Formação "O Trabalho Experimental com Percursos Investigativos em Área de Projecto de 12º ano de escolaridade"

Caracterização geral do desenvolvimento da acção de formação.

A Acção de Formação foi iniciada com uma apresentação de cada participante fazendo referência às suas motivações pessoais e expectativas em relação ao “Trabalho Experimental com Percursos Investigativos em Área de Projecto do 12º ano de escolaridade”. Cada elemento do grupo (formandos e formadora) fez referência à sua experiência no âmbito da área curricular, Área de Projecto de 12º ano.

De seguida, a formadora iniciou a projecção de uma apresentação em diapositivos (anexo 1 – apresentação de diapositivos) descrevendo e discutindo o plano da formação e os critérios e instrumentos de avaliação. Foram clarificados os aspectos da Didáctica (Ensino Experimental das Ciências; Aprendizagem por Pesquisa) a abordar, os aspectos da Pedagogia de Projecto (a importância da Pedagogia de Projecto; pressupostos teóricos e razões pedagógicas para a Metodologia de Trabalho de Projecto; da Metodologia de Projecto à Racionalidade do Projecto; repensar a avaliação de e no Projecto) a abordar e uma listagem de contextos educativos (contexto de Área de Projecto de 12º ano; contextos não formais; contextos disciplinares).

Os formandos reponderam a algumas questões (anexo 2 – Ficha Diagnóstico):

Questão 1 - Na sua perspectiva, quais as principais diferenças entre trabalho prático, laboratorial, experimental e de campo?

Questão 2 - Na sua perspectiva, como se relacionam a Metodologia de Trabalho de Projecto (MTP) com a Área de Projecto (AP)?

Questão 3 - Descreva uma aula de Ciências, no Futuro, contemplando os seguintes aspectos: papel do professor, papel do aluno, papel dos conteúdos, papel das metodologias.

Com base na respostas dadas, a formadora aproveitou para clarificar alguns dos aspectos teóricos que permitem reflectir sobre as nossas práticas. Foram distribuídos os documentos nº1, 2, e 5 e cópias de artigos e esquemas enriquecedores da reflexão e debate (anexo 3 – documentos fornecidos).

Depois desta abordagem conceptual, foi distribuída uma proposta de trabalho (documento nº 3) em que a primeira tarefa era elaborar uma lista de possíveis temas/problemas e respectivos contextos curriculares para desenvolver projectos. Antes que os formandos iniciassem o seu trabalho em grupos de três elementos, a formadora apresentou, ainda, uma listagem de projectos já desenvolvidos no âmbito da Área de Projecto de 12º ano, mas também em contextos extracurriculares (clubes e concursos) e em contextos disciplinares, apresentando as limitações e mais valias de cada um.

Os formandos, sempre organizados em grupos de três elementos, apresentaram, forma cooperativa e rica de conteúdo, as suas propostas de temas/problemas.

A tarefa seguinte, era colocarem-se na pele de alunos do 12º ano, escolhessem um tema/problema e tentassem integrar o trabalho experimental, percursos investigativos e conteúdos/temas das disciplinas de ciências numa planificação de execução de um projecto no âmbito da Área de Projecto.

Todos os formandos se envolveram nesta tarefa, bem como nas restantes, com empenho, entusiasmo e espírito cooperativo, produzindo materiais de qualidade (anexo 4 – materiais produzidos) e reflectindo sobre as suas práticas didáctico-pedagógicas.

Finalmente, procedeu-se à análise dos instrumentos de avaliação utilizados em área de Projecto na Escola Secundária Manuel de Arriaga. Depois da análise crítica, reflexão e discussão em pequeno grupo, fez-se uma sessão plenária onde se partilharam algumas das ideias discutidas.

Finalmente, e depois de reflectirem, ao longo de toda a Acção, sobre as temáticas subjacentes a cada uma das questões apresentadas na ficha de diagnóstico (documento nº3)os formandos voltaram a responder às questões colocadas no início da formação, sendo de salientar a extraordinária melhoria na expressão verbal (escrita e oral) dos formandos e a riqueza das suas reflexões. Depois de (re)avaliados pela formadora os trabalhos escritos individuais, os formandos procederam à auto e hetero-avaliação tendo como referência critérios e grelhas de avaliação produzidas e discutidas em grupo.

Resultados alcançados – possíveis implicações nas mudanças das práticas profissionais e/ou desenvolvimento profissional dos formandos.

Considero que esta Acção de Formação contribuiu não só para a reflexão sobre as práticas pedagógicas dos intervenientes, como para a promoção do trabalho cooperativo entre professores de diversas áreas das ciências e para a promoção do entusiasmo e auto-confiança em professores que nunca trabalharam a área curricular não disciplinar Área de Projecto de 12º ano.

Materiais/Documentos produzidos.

Todos os materiais produzidos podem ser consultados nos vários anexos a relatório.

Avaliação dos Formandos – critérios utilizados para a avaliação e para obtenção da aprovação.

A avaliação dos formandos foi centrada na auto-avaliação e os critérios e instrumentos de avaliação, embora propostos pela formadora, foram discutidos e aceites em sessão plenária.

Autoavaliação do formador – de que modo a dinamização do programa de formação se articulou/influenciou/contribuiu para o meu desempenho profissional.

Conceber, propor e dinamizar este programa de formação foi, para mim, um processo formativo muito enriquecedor.

Quando concebi este programa, tentei integrar temas que enriquecessem quer o ensino das ciências, quer a área curricular de 12º ano “Área de Projecto”. Obviamente que, ao planificar a Acção para posteriormente a propor, pesquisei, analisei, produzi documentos, reflecti, sistematizei e organizei informação tornando mais integrado o meu conhecimento enquanto professora de Ciências Físicas e Químicas e professora da Escola Secundária Manuel de Arriaga.

No que diz respeito à dinamização do programa da formação, tentei imprimir dinamismo e estimular a participação de todos os formandos. Como os temas discutidos me são muito familiares, quer em termos teóricos quer em termos práticos (projectos desenvolvidos nos mais diversos contextos), foi muito fácil apresentar, de forma estimulante e motivadora, experiências de trabalho em contexto de Área de Projecto de 12º ano.

Considero que a análise, reflexão e discussão dos critérios e instrumentos de avaliação utilizados em Área de Projecto na Escola Secundária Manuel de Arriaga foi extremamente útil e de utilização prática imediata. Lamento, no entanto, não ter feito uma gestão adequada do debate e ter deixado alguns aspectos pertinentes por discutir em sessão plenária.

Considero, ainda, pertinente referir que apenas uma formanda tinha experiência de trabalho no âmbito da Área de Projecto 12º ano e, por isso, a Acção foi orientada no sentido de corresponder às expectativas dos restantes formandos. Sendo colega da referida formanda, comprometo-me a reflectir e discutir com ela (e com outros colegas interessados) os critérios e instrumentos de avaliação utilizados em Área de Projecto na Escola Secundária Manuel de Arriaga.

Finalmente, também no domínio afectivo, esta Acção teve grande impacto, e considero que me valorizou como pessoa, na medida em que conheci melhor (ou numa nova perspectiva) colegas de trabalho da minha escola e da minha área disciplinar, conheci jovens professores que manifestaram interesse por estas temáticas e metodologias de trabalho e fiquei muito motivada para continuar a promover este tipo de trabalho.

Observações (recomendações, sugestões, perspectivas de novas formações, etc.).

A grande maioria dos formandos referiu, como sugestões para novas formações, abordagens a trabalhos práticos, laboratoriais e experimentais em contexto disciplinar.

Eu considero que esse trabalho de formação pode ser desenvolvido a nível do departamento com a acreditação do Centro de Formação.

quinta-feira, maio 21, 2009

XVIºs ENCONTROS FILOSÓFICOS - Desenvolvimento Sustentável


Quando optámos pela temática "Desenvolvimento Sustentável", considerámos que a discussão e debate resultantes desta opção nos poderia trazer pistas para responder a uma questão-problema, para nós, fundamental: Como promover uma educação para o desenvolvimento sustentável, isto é, como promover uma educação para o desenvolvimento das sociedades actuais satisfazendo as suas necessidades sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades?

Para encontrarmos respostas para esta questão, contámos com a presença de vários convidados com conhecimentos relevantes em relação ao tema proposto, nomeadamente, a Professora Doutora Nilza Costa, a Professora Doutora Arminda Pedrosa, o Dr. Eduardo Guimarães, o Doutor João Joanaz de Melo e o Professor Doutor Filipe Duarte Santos. Claro que, no final das palestras, tínhamos acedido a mais conhecimento, mas as respostas que esperávamos vieram associadas a novas questões!... Assim, pensamos que o principal objectivo  deste evento foi cumprido: o conhecimento aumenta a nossa capacidade de fazer perguntas e de querer saber mais.

No que diz respeito aos trabalhos apresentados pelos alunos de 12º ano, no âmbito da Área de Projecto, foi uma alegria constatar da qualidade dos projectos apresentados e da mobilização que estes proporcionaram trazendo à Escola pais , encarregados de educação, amigos e conhecidos. Enfim, todos os Faialenses tiveram oportunidade de voltar à escola!

quarta-feira, maio 20, 2009

Introspecções...

Já percebi (pelo número de seguidores e feedbacks deste blog), que este espaço virtual não passa de uma exteriorização da autora (moi!). Assim, passámos de diário (que nunca o foi) a "desabafário"...
Muito bem, a partir de hoje, espero desabafar diariamente.
Este blog será um diário desabafário...

sexta-feira, maio 01, 2009

XVIºs ENCONTROS FILOSÓFICOS - Desenvolvimento Sustentável

Pelo décimo sexto ano consecutivo, a Escola Secundária Manuel de Arriaga levará a cabo um projecto que, ao longo destes anos, tem trazido à cidade da Horta, intelectuais, artistas, escritores, cientistas, promovendo debates de inegável interesse e actualidade.

Sendo os Encontros Filosóficos, um projecto que visa promover a reflexão pedagógica, a intervenção social e cultural e melhorar os níveis literacia, poderão constituir um veículo propulsor de novas práticas educativas. Assim, para este ano, consideramos pertinente e adequado às mudanças sócio-culturais, à escala global, a que temos vindo a assistir, debater questões ligadas à definição de estratégias para a promoção de um Desenvolvimento Sustentável.

Historicamente, podemos considerar a Conferência de Estocolmo em 1972 como um dos primeiros marcos  do debate internacional em matéria de desenvolvimento sustentável. No entanto, é a partir de 1992, data de realização da Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento, que ficou conhecida como ECO92 ou Rio92, que o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser amplamente difundido.

Na Conferência do Rio, nasce também a Agenda 21 que propõe os conceitos operacionais para a aplicação de uma política de desenvolvimento sustentável, referenciando a construção de Planos de Acção a serem implementados a nível global, nacional e local, pelas organizações do Sistema das Nações Unidas, Governos e Autoridades Locais, bem como pelos cidadãos, em todas as áreas onde a actividade humana provoca impactes ambientais. A Agenda 21, emanada desta conferência, destaca a importância de cada país se comprometer a reflectir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os sectores da sociedade poderem cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais estabelecendo metas locais, regionais e internacionais para que se implementem políticas, resoluções e mudanças de atitude na protecção e manutenção do Planeta e da Humanidade.

A implementação do desenvolvimento sustentável assentava inicialmente em duas dimensões fundamentais: o desenvolvimento económico e a protecção do ambiente.

Após a Cimeira Social de Copenhaga, realizada em 1995, foi integrada a vertente social como terceiro pilar do conceito de desenvolvimento sustentável. Assim, embora actualmente o desenvolvimento sustentável mantenha o mesmo desígnio global, a sua implementação é realizada com base em três dimensões essenciais: o desenvolvimento económico, a coesão social e a protecção do ambiente.

Às três dimensões do desenvolvimento sustentável deve acrescentar-se, ainda, a vertente institucional, que chama a atenção para as questões relativas às formas de governação, das instituições e dos sistemas legislativos (flexibilidade, transparência, democracia) - nos seus diversos níveis -, e para o quadro da participação dos grupos de interesse (sindicatos e associações empresariais) e da sociedade civil (Organizações Não Governamentais), considerados como parceiros essenciais na promoção dos objectivos do desenvolvimento sustentável.

Dois anos após a Cimeira de Joanesburgo, doze anos decorridos sobre a Conferência do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, trinta e dois anos depois da Conferência de Estocolmo sobre o Ambiente Humano e o despertar da comunidade internacional para os riscos de um desenvolvimento não sustentável, pode referir-se que os problemas actuais do desenvolvimento, e necessariamente do ambiente, são, muitos deles, também globais: os de um mundo em que um acelerado processo de urbanização, se realiza em paralelo à crescente ameaça das alterações climáticas, escassez de água doce e inerentes consequências na saúde e segurança alimentar; perda de biodiversidade generalizada, desflorestação acentuada, intensificação dos processos de desertificação e erosão dos solos aráveis; crescente poluição e degradação dos mares e oceanos, e destruição dos seus recursos; aumento das situações de risco e acidentes, presença crescente de substâncias perigosas no ambiente e dificuldade em controlar as fontes de poluição e a ausência de padrões de produção e consumo sustentáveis.

Apresentam-se, pois, como desafios à sustentabilidade pretendida para o desenvolvimento, temas globais como a erradicação da pobreza, como a promoção do desenvolvimento social, da saúde e de uma utilização e gestão racional dos recursos naturais; a promoção de padrões de produção e consumo sustentáveis, onde se faça uma dissociação entre o crescimento económico e as pressões sobre os ecossistemas, no sentido de uma maior eco-eficiência da economia; a conservação e gestão sustentável dos recursos; o reforço da boa governação a todos os níveis, incluindo a participação pública; os meios de implementação, incluindo a capacitação, a inovação e a cooperação tecnológica.

Neste enquadramento, a Declaração do Milénio, emanada pelas Nações Unidas em Setembro de 2000, voltou a afirmar “a responsabilidade colectiva de apoiar os princípios da dignidade humana, igualdade e equidade a nível global, estabelecendo, para isso, metas concretas ("millenium development goals") que pretendem contribuir para inverter a tendência para a degradação do ambiente e para a insustentabilidade das condições de vida em grande parte do planeta.”  (http://www.desenvolvimentosustentavel.pt/)

Em Setembro de 2002, em Joanesburgo, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável reafirmou, claramente, a necessidade da plena implementação da Agenda 21, do Programa para Implementações Futuras e do Compromisso com os Princípios do Rio. Decidiu-se então que, em consonância com os Objectivos do Milénio, seria declarada a década 2005-2014 como “A Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável”.

A Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável tem como objectivo global integrar os valores inerentes ao Desenvolvimento Sustentável nas diferentes formas de aprendizagem, com vista a fomentar as transformações necessárias para atingir uma sociedade mais sustentável e justa para todos. Baseia-se na visão de um mundo no qual todos tenham a oportunidade de aceder a uma educação e adquirir valores que fomentem práticas sociais, económicas e políticas que contribuam para uma transformação positiva da sociedade. Este quadro orientador de valores só faz sentido se se conseguir concretizar num conjunto de acções, que visem redireccionar o actual caminho de insustentabilidade em que se conduz o desenvolvimento na maior parte das sociedades. 

Neste contexto, torna-se fundamental a elaboração de estratégias, a todos os níveis, que contribuam para reforçar as capacidades em matéria de Educação para o Desenvolvimento Sustentável. Assim, a Escola Secundária Manuel de Arriaga, atenta aos sinais dos tempos, proporcionará à comunidade faialense em geral e à comunidade escolar em particular, a partir de 23 de Abril, um conjunto de palestras proferidas por convidados com competências reconhecidas a nível nacional e internacional, sobre aspectos deste desafio global que todos temos que enfrentar.

Quando optámos por esta temática, considerámos que a discussão e debate resultantes desta opção nos poderia trazer pistas para responder a uma questão-problema, para nós, fundamental: Como promover uma educação para o desenvolvimento sustentável, isto é, como promover uma educação para o desenvolvimento das sociedades actuais satisfazendo as suas necessidades sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades?

 

Nota final: na próxima edição deste jornal cultural será apresentado o programa dos Encontros Filosóficos deste ano com referência aos nomes e descrição resumida dos currículos dos nossos convidados, para já, alerto para a “Abertura Oficial, no dia 23 de Abril, com o lançamento do primeiro livro de actas e com a avaliação do impacto desta iniciativa na comunidade local, bem como a intervenção da Professora Doutora Arminda Pedrosa, no dia 24 de Abril, que nos trará uma perspectiva fresca, comunicativa e conhecedora das questões que implicam uma educação para o desenvolvimento sustentável. 

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Clube de Ciência 2009

Este ano, o Clube de Ciência funciona às 3ª, 4ª e 6ª das 16h30m às 18h e às 5ª das 15h às 16h30m.
Durante o 1º Período, estivémos a tomar decisões quanto ao tema do Projecto a desenvolver ao longo do ano. Decidimos optar pela temática global "Desenvolvimento Sustentável" e pretendemos abordar e explorar vários temas parcelares e apresentar o nosso trabalho final sob a forma de Espectáculo Multidisciplinar (dramatizações, vídeos, música e canções, performances, etc) que será apresentado ao público (comunidade) no mês de Maio.